Lugar de surfista é no mar




André Luiz Gonçalves, conhecido por muitos como Cafú, começou a surfar aos treze anos, com a prancha emprestada dos amigos. Logo, isso não foi mais possível e ganhou a primeira prancha da sua mãe Regina Maria Manica, que mesmo preocupada com os perigos do mar, sempre apoiou o filho. Assim como a mãe, o pai José Martins Gonçalves, que olha pelo filho em outro plano e seus irmãos Franciele e Tiago Manica, também reconhecem o talento e dedicação do surfista. De coração apaixonado pela surpreendente Sara Menezes, com quem está junto há quatro meses e conta com a sua parceria, amizade, compreensão: palavras essenciais num relacionamento.
Tiramos ele do mar para contar como é a vida (ruim) de surfista. Mas, optamos por entrevistá-lo num café, longe do seu escritório para evitar interrupções. Difícil, o garoto é conhecido e adorado por todos e isso sem se esforçar. Sorriso, olhar, jeito igual sempre. Durante um café e outro conhecemos os mitos e verdades desta profissão adorada e invejada por muitos.

Quantos campeonatos já participou?Alguma onde te levou a final?
Foram 100 campeonatos que participei, São Paulo, Floripa, Farol, em vários lugares diferentes. Ganhei em 2008, o ASB Pro, profissional de Balneário Camboriú.

O que mudou na sua maneira de ver o surf depois que começou a competir?
No inicio tive bastante medo, insegurança. Mas isso logo passou, depois que comecei a participar dos campeonatos, porque fiquei com mais experiência e tranquilidade. Afinal, todo começo é mais dificil, depois fica mais fácil.

O que é mais importante na vida do Cafú surfista?
Minha mãe.


Fala sério, surfista é a melhor profissão que existe. Conta aí quais são os contras: acordar cedo, em pleno inverno, por exemplo?

Isso faz parte (risos). O que mais me incomoda são as viagens longas e estressantes. Tipo, oito horas de viagem antes de participar de um campeonato. E toda função de deslocamento também.

Como um surfista busca patrocinio? Existe alguma entidade que auxilia ou abre caminhos?
Não existe, temos que dar a cara para bater ou conseguir um contato. No meu caso, conheci Klaus Kaiser, que é a pessoa que está me ajudando a conseguir patrocionios. Mas não é fácil. Atualmente, estou sem patrocínio e tenho que pagar todas as despesas das viagens e inscrições dos campeonatos. Seria muito importante se os empresários e empreendedores olhassem para o esporte com mais carinho e atenção. Afinal, isso é muito bom para a imagem de uma empresa. Patrocinar um jovem surfista, que almeja se tornar um profissional, tem sonhos, ambição, disciplina, é assim que temos que ser vistos.

Como um surfista escolhe uma prancha?
Peso e altura são os principais itens. Sérgio Emílio é quem me apoia com as pranchas, além de ser um dos melhores fabricantes daqui. Conto com ele sempre e só tenho a agradecer a este grande parceiro.


Você lembra da marca da sua 1ª prancha?

Claro, foi da Calibre. Lugar que fez história no surf de Balneário e região.

O que não falta na mala de um surfista?
Ipod, com house e punk rock.

E a parafina?
Isso falta sempre (risos).

A onda perfeita existe? Você almeja encontrá-la?
Sonho de todo surfista é ir para Indonésia, neste lugar existem as melhores ondas. No Havaí também, claro.

Para você, o que falta aqui para o surf virar referência?
Já é referência, a cidade tem uma história com o surf. Falta apoio de empresas, que poderiam incentivar o esporte e criar mais possibilidades aos surfistas.

O que é prazer para você?
Surfar com os amigos, num lugar tranquilo, com altas ondas. Saber que eu tenho uma grande família e uma namorada maravilhosa.

Para finalizar: quem te deu o apelido?
Um amigo meu, argentino. Quando eu tinha 12 anos, jogava futebol, na lateral direita, mesma posição do Cafú e falavam que eu era parecido com ele. Pronto. Virei o Cafú.

Agradecimentos: João Rodrigo, o Guigo que faz as fotos do Cafú e os amigos do Sushi Ya, que sempre apoiaram a sua carreira profissinal.

Contato: 47.9986.3231 ou andre_cafu@msn.com.

Rapidinho:
Ídolo: Kelly Slaiter
Sonho: Indonésia
Amigos: tenho os melhores
Lugar: Farol
Viagem: Austrália
Yime: Corinthians
Banda: Incubus
Música: Anna Molly – Incubus
Filme: Sonho Possível
Livro: Biografia do Kelly Slaiter
Gosta: Tomar cerveja com os amigos
Não gosta: do frio!


Confira do Jornal Night e Cia | 2ª quinzena de julho de 2010.

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